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Além dessa marca, foram registrados vários aniversários, festas em família, viagens e passeios que tomaram lugar em 2011. Outra coisa também foi marcante: a chegada de um novo animal de estimação, em Novembro, que inaugurou uma nova categoria de registros, a do cachorro. A atenção da menina agora está dividida, o hamster concorre com o cachorro para ver qual possui a maior quantidade de registros feitos pela menina.

Apesar de ser novidade da família, o cachorro não possui tantos registros guardados no acervo, em comparação ao Hamster, que em quase todas as pastas possui no mínimo duas ou três imagens ou um vídeo dele. Optei por não separar todas essas imagens das suas pastas originais, mas fiz uma junção de algumas imagens soltas que encontrei.

Dentre esse levantamento feito, de imagens soltas do hamster, consegui localizar já 94 arquivos, com 749MB dentre fotos e vídeos. Se, somente neste pequeno levantamento, consegui organizar 94 arquivos, eu estimaria que há mais de 200 fotos/vídeos dele.

Em 2012, percebi uma queda no interesse em armazenar documentos no notebook, em geral, não somente fotografias. Para compreender essa questão, considerei a hipótese de que, nesse momento específico, outras formas de armazenar imagens começaram a surgir. As fotografias passaram a ser curadas e então postadas no Facebook, a rede social que começou a se popularizar naquele momento. As fotos estão guardadas em “álbuns”, como é denominado o espaço para postar fotos e vídeos no site do Facebook.

Além disso, considero que nesse momento o interesse por novas mídias digitais também começaram a surgir, como smartphones, celulares inteligentes que começaram a ter mais memória de armazenamento, consequentemente, mais fotos e vídeos poderiam ser armazenadas. Destes celulares antigos, não tive acesso à nenhum, pois deixaram de funcionar já há algum tempo. Nesse caso, o acervo de fotos desses aparelhos foi completamente perdido, fora aquelas que foram postadas em alguma rede social, ou armazenadas em nuvem no Google Fotos ou Drive, mas essas duas últimas possibilidades passaram a ser consideradas mais pra frente e não entra dentro do recorte no qual busco analisar por meio do acesso ao notebook.

A obsolescência programada desses aparelhos é uma grande problemática quando trata-se de perda de arquivos que não foram devidamente armazenados anteriormente. As mídias digitais possibilitam diversas maneiras de organizar pastas, por nome em ordem alfabética, data de modificação, tamanho, tipo de arquivo, existem diferentes formas de armazenar arquivo: em nuvem por intermédio da internet, nos meios materiais: em pendrives, CDs, discos rígidos (HD) externos. A característica organizacional dos arquivos digitais são interessantes ao meu ver: “O computador em si tornou-se um arquivo pela maneira que o sistema de memória nos permite armazenar e encontrar objetos.” (Parikka, 2012, p. 125).

Mas, ao mesmo tempo que existem tantas possibilidades de guardar, isso não confere uma certeza da preservação ao arquivo, ao meu ver, trata-se mais de uma incerteza. O aparelho, seja um notebook ou um celular, pode simplesmente parar de funcionar. Os serviços de armazenamento em nuvem podem deixar de existir, ou ainda, corremos o risco de perder o acesso às contas registradas nesses serviços por meio de um ataque hacker ou simplesmente esquecer a senha registrada. O arquivo digital existe em constante ameaça.

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